9 de dezembro de 2016
“Apesar da história de cada refugiado ser diferente e da sua angústia pessoal, todos eles partilham um fio condutor de coragem invulgar: a coragem não só para sobreviver, mas também de perseverança e de reconstrução das suas vidas despedaçadas.”
– António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas.
Acreditamos que cada pessoa no planeta terra tem um direito igual à vida, ao amor e - claro! - a gelado. Infelizmente, com questões como guerra e mudanças climáticas a afetarem cada vez mais e mais comunidades por todo o globo, estamos a observar deslocações forçadas em níveis recorde. Agora mais do que nunca, parece que os direitos individuais estão muito longe de serem iguais por todo o planeta.
Na Ben & Jerry’s, apoiamos esforços globais para realojar aqueles que foram forçados a abandonar as suas casas devido a violência e perseguição.
A crise global de refugiados: factos & números
Quando o Presidente Barack Obama descreveu a crise de refugiados como “um dos testes mais urgentes do nosso tempo”, ele não estava a exagerar. Segundo os números mais recentes da ACNUR (a Agência da ONU para os Refugiados), cerca de 65,3 milhões de pessoas em todo o mundo estão atualmente deslocadas devido a conflito e perseguição – é quase uma em cada 100 pessoas no planeta!
Estes números são surpreendentes por si só, mas quando considerarmos que por detrás de cada número individual existe uma história - uma pessoa real com esperanças, sonhos e aspirações assim como os nossos - a escala absoluta do sofrimento humano torna-se muito evidente.
A situação na Síria
Sobriamente, mais de metade de todos os refugiados são provenientes de apenas três países: Somália, Afeganistão e Síria, com um espantoso número de 4,9 milhões provenientes apenas deste último. O seu sofrimento foi resumido de forma comovente pela desoladora história de Eida Karmi, que fez as manchetes em outubro. A refugiada síria de 115 anos foi transportada centenas de quilómetros para a Turquia às costas de um amigo da família antes de realizar a perigosa travessia marítima até à Grécia. O único desejo que expressou foi o de ser reunida com a sua família na Alemanha, a qual não vê há cinco anos. Como milhares de outras pessoas, está agora a dormir em condições duras no campo de refugiados de Moria em Lesbos, ainda correndo atrás do sonho de estar novamente com a sua família.
Boas-vindas indiferentes
O que é mais triste? Eida é uma das mais afortunadas – porque como bem sabemos, muitos não chegam com vida ao fim da viagem. Para aqueles que conseguem, as boas-vindas que os aguardam são frequentemente tudo menos acolhedoras. Aqueles que viajam por terra encontram o seu caminho bloqueado por cercas e por fronteiras fechadas, e um grande número de pessoas, como a Eida, são afuniladas para campos perigosamente sobrelotados, nos quais as condições de vida são verdadeiramente chocantes. O simples influxo de pessoas continua a desgastar os recursos e a azedar relações, contribuindo para um aumento preocupante numa narrativa social de ódio e medo na Europa, e por todo o mundo. Esta situação é ainda mais acentuada pelo alarmismo ignorante de figuras públicas e dos meios de comunicação em geral, os quais –, vamos encará-lo, – tinham por obrigação fazer melhor.
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Faça gelado, e não a guerra!
Na Ben & Jerry’s, não temos apenas a ver com gelado. Mais importante, acreditamos numa sociedade justa e inclusiva, com compaixão e tolerância para todos. O ódio e o medo irão dividir-nos (e já dividem), e num mundo cada vez mais global não podemos simplesmente correr o risco de nos isolarmos do resto do mundo e de abandonar aqueles que mais precisam. Compete-nos a todos nós defender a justiça e a igualdade, e acolher a nossa comunidade global mostrando solidariedade para com pessoas cujas vidas foram destruídas pela crise e pelo conflito.
O caminho até ao realojamento
A grande maioria dos refugiados foge para países vizinhos. Isto significa que países como Turquia, Paquistão e Líbano estão a assumir a maior parte do peso, mas estas nações não conseguirão resolver este problema sozinhas.
Está na altura de nós fazermos a nossa parte! Na Europa, nos Estados Unidos, e para além destes, o mundo desenvolvido tem uma obrigação não só de trabalhar para acabar com a violência que deu origem a estas crises, mas também de aumentar o número de refugiados que aceitamos.
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O que estamos a fazer?
Felizmente, há esperança! Várias organizações, governos e pessoas individuais já arregaçaram as mangas e começaram a lutar contra o problema.
- Angela Merkel mantém-se firme na política de porta aberta da Alemanha.
- O Canadá continua a dar um grande exemplo com a sua política progressiva de realojamento.
- Os Estados Unidos recentemente anunciaram que pretendem aumentar o número de refugiados aceites para 110.000 no próximo ano.
- A Cimeira de Líderes das Nações Unidas em setembro assegurou com sucesso enormes aumentos em financiamento humanitário global.
- O CIR (Comité Internacional de Resgate) está a trabalhar incessantemente em soluções práticas, incluindo melhoria do processamento de asilo na Grécia, e em acelerar o realojamento e transferências de reunião de famílias para outros países da UE.
Construir relações, e não cercas!
Claramente, encontrar uma solução humanitária para este problema é uma das questões mais importantes que enfrentamos atualmente. Fechar a porta a pessoas que fogem à violência e perseguição não só é moralmente errado, como também joga a favor dos propagandistas extremistas, e alimenta os fogos fundamentalistas que alguns decisores políticos tanto receiam.
O mundo tem de se unir e visar a resolução destas questões se quisermos encontrar uma solução viável a longo prazo. Empatia e compaixão podem triunfar sobre o ódio e o medo, mas todos temos um papel a desempenhar para que isso aconteça. Temos de defender a nossa posição e mostrar aos nossos líderes mundiais que estamos do lado dos milhões de refugiados em todo o mundo. Assine a petição e faça com que a sua voz seja ouvida hoje!
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