Em 2016, derretemos 5 grandes recordes climáticos

1 de dezembro de 2016

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A mudança climática está a acelerar, e os livros de recordes estão a ter dificuldades em acompanhar o passo. Como se não bastasse uma revisão anual, podíamos tê-los escrito a meio do ano de 2016 e ainda teríamos suficiente para encher as páginas!

É evidente que os efeitos da mudança climática são exponenciais – aqui temos alguns dos muitos recordes dúbios que foram esmagados durante 2016.

 

Não é só o gelado a derreter

Assim como o gelado, as nossas calotas de gelo são melhores mantidas geladas. Estas desempenham um papel chave na moderação do clima global, porque refletem a radiação do sol’ e mantêm as regiões polares frias. Todos sabemos que a mudança climática está a causar o derretimento destas, mas nova investigação sugere que a velocidade está a aumentar rapidamente – 2016 quebrou recorde após recorde, à medida que a cada mês a extensão de gelo do mar Ártico atingia um novo valor mais baixo.

A extensão de gelo da Gronelândia está agora a perder 269 biliões de toneladas de gelo anualmente, o que é quase o triplo dos valores do século passado. Trata-se de um peso equivalente a 8,6 quatriliões (86 seguido por 14 zeros!) potes de gelado por ano! Se a população inteira dos EUA comesse um pote de cada uma das 40 combinações de sabores da Ben & Jerry’s por dia, ainda assim demorariam bem mais de 900 anos para os comerem todos. Se os alinharmos estes estendem-se da terra ao sol e voltam quase cerca de 29.000 vezes!

 

Faça chuva ou faça sol

A camada de gelo da Antártida contém quase 90% do gelo mundial, e – de forma preocupante – as simulações mais recentes indicam que pode estar a derreter mais depressa do que pensávamos. Os cientistas agora receiam que os níveis do mar subam mais de 1,82 m até ao final do século, o que é quase o dobro do valor anteriormente previsto. Não é preciso dizer que isto seria catastrófico para comunidades costeiras e a pouca elevação em relação ao nível do mar por todo o mundo, e que deixaria grandes cidades como, por exemplo, Nova Iorque, Mumbai e Xangai parcialmente debaixo de água.

 

A aquecer

Foi um ano sem igual para as temperaturas globais. Segundo a NASA, 11 dos 12 meses em 2016 foram as versões mais quentes de si próprios desde que existe registo. Julho foi o mês mais quente da história, mas assim que este quebrou o recorde, eis que chegou agosto para o atirar para fora do pódio.

Mas deixemos de lado as classificações individuais por um momento, porque é a tendência subjacente que conta. O ano de 2014 foi o ano mais quente alguma vez registado, até ter chegado 2015. E agora que 2016 está a assumir a liderança, mesmo o mais talentoso dos cépticos teria dificuldade em negar que está aqui a começar a notar-se um padrão. Até Donald Trump parece estar a reconsiderar a sua afirmação de que a mudança climática é uma aldrabice criada pela China!

 

Quebra de gelo do mar recorde

Preocupações estão a aumentar em relação à enorme fissura na plataforma de gelo Larsen C na Antártida, a qual pode provocar o um pedaço de gelo da dimensão do estado do Delawarnos Estados Unidos e desprendê-lo. E se não está familiarizado com o estado, digamos que se trata de mais de 5.000 quilómetros quadrados. Para o apresentarmos nos nossos termos, se tivesse de juntar potes do nosso gelado lado a lado numa camada com um pote de profundidade, precisaria de quase 650 biliões de potes para cobrir esse espaço.

 

Seca recorde

Graças à mudança climática, as regiões secas do planeta estão a tornar-se ainda mais secas, e poucos locais são atingidos com tamanha intensidade como o Corno de África. A Etiópia está atualmente a sofrer a sua pior seca em 50 anos, deixando 18 milhões de pessoas a precisar urgentemente de ajuda. Aproveitemos um momento para reconhecer que 18 milhões é um número maior que a população combinada de Londres e de Nova Iorque.

Isto tem também consequências diretas sobre a crise global de refugiados, uma vez que cada vez mais pessoas são forçadas a fugir das suas casas apenas para conseguirem encontrar necessidades básicas como água e comida.

 

Recordes de temperaturas altas

Julho de 2016 não foi só o mês mais quente de sempre em termos de média, como também foi testemunha das temperaturas mais altas de sempre registadas de forma fidedigna no planeta Terra. Mitribah, no Koweit fervilhou com calor abrasador de 54°C (129.2°F) no dia 21 de julho, ao passo que Basra no Iraque seguiu-lhe as passadas um dia depois com uns escaldantes 53,9°C (129F). Entretanto, um novo recorde nacional de 51 °C (123.8°F) foi batido no estado indiano de Rajastão em maio.

Mas não é apenas nas regiões tipicamente quentes que estamos a ver temperaturas tão invulgarmente altas - estas fazem parte de um padrão generalizado de temperaturas em subida causadas pela mudança climática. Por exemplo, 13 de setembro de 2016 foi o dia mais quente de setembro no Reino Unido em mais de 100 anos, com uns amenos 34,4°C (93.9°F), ao passo que temperaturas elevadas ameaçaram grandes áreas dos Estados Unidos durante a onda de calor registada em julho.

 

Vamos manter-nos frescos!

Está a tornar-se cada vez mais evidente que estamos à beira de uma mudança climática desenfreada, e este é um destino sem bilhete de retorno! Se queremos impedir o desastre iminente, temos de acabar com o nosso hábito de usar combustível fóssil e apostar tudo em energia renovável. Assine a petição hoje, e vamos mostrar aos nossos líderes que falamos a sério sobre acabar com as nossas emissões de carbono, e por manter o planeta como gostamos de conservar o nosso gelado – fresco!